Caesalpinia echinata
O pau-brasil
(Caesalpinia
echinata Lam.), também chamado
arabutã[1],
ibirapiranga[2],
ibirapitanga[3],
ibirapitá[4],
orClassificação
científicaabutã[5],
pau-de-pernambuco[6],
pau-de-tinta[7],
pau-pernambuco[8]
e pau-rosado[9],
é uma leguminosa
nativa da Mata
Atlântica, no Brasil.
"Brasil" deriva do francês
brésil,
que deriva do toscano
verzino,
que era o nome da madeira utilizada na tinturaria na Itália[10].
Verzino,
por sua vez, deriva do árabe
wars, que
designa uma planta tintória do Iêmen[11].
Caesalpinia
é uma homenagem ao médico e botânico de Arezzo,
na Itália,
Andrea Cesalpino, por parte do frade e botânico francês Charles
Plumier[12].
Echinata
significa, traduzido do latim,
"com espinhos". É uma referência ao fato de as vagens do
pau-brasil terem espinhos, fato único dentro de seu gênero, o
Caesalpinia[13].
"Arabutã", "ibirapitanga", "ibirapiranga",
"ibirapitá" e "orabutã" são derivados dos
termos tupis
ïbi'rá,
"pau" e pi'tãga,
"vermelho"[14].
A árvore
alcança entre dez e quinze metros de altura e possui tronco reto,
com casca cor cinza-escuro, coberta de acúleos,
especialmente nos ramos mais jovens.
As flores
nascem em racemos
eretos próximo ao ápico dos ramos. Possuem quatro pétalas
amarelas e uma menor vermelha, muito aromáticas; no centro,
encontram-se dez estames
e um pistilo
com ovário
súpero alongado.
Os frutos
são vagens
cobertas por longos e afiados espinhos, que devem protegê-los de
pássaros indesejáveis, pois estes comeriam os frutos. Contém de
uma a cinco sementes
discoides, de cor marrom. A torção do legume, ao liberar as
sementes, ajuda a aumentar a distância da dispersão.
Na
floresta
ombrófila densa da Mata
Atlântica, a partir do Rio
de Janeiro até o extremo
nordeste,[15]
ou seja, nos estados de Alagoas,
Bahia,
Rio de Janeiro, Espírito
Santo, Minas
Gerais, Paraíba,
Pernambuco,
Rio
Grande do Norte, e Sergipe.
Encontra-se
na lista do Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
de espécies ameaçadas de extinção na categoria "vulnerável"
e na da União
Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos
Naturais na categoria "em
perigo"[16]
O município pernambucano de
São
Lourenço da Mata possui,
hoje, a maior reserva nativa da espécie. A Reserva Tapacurá
possui, aproximadamente, 100 000 pés de pau-brasil.
Afirmam alguns historiadores
que o corte do pau-brasil para a obtenção de sua madeira e sua
resina (extraída para uso como tintura em manufaturas de tecidos de
alto luxo) foi a primeira atividade
econômica dos colonos
portugueses
na recém-descoberta Terra
de Santa Cruz, no século
XVI e que a abundância
desta árvore no meio a imensidão das florestas inexploráveis
teria conferido à colônia o nome de Brasil.
Na realidade, no século XV
uma árvore asiática semelhante, com o mesmo nome Brazil, já era
usada para os mesmos fins e tinha alto valor na Europa, porém era
escassa. Os navegadores portugueses que aqui aportaram imediatamente
observaram a abundância da árvore pelo litoral e ao longo dos rios
de planície. Em poucos anos, tornou-se alvo de muito lucrativo
comércio e contrabando, inclusive com corsários franceses atacando
navios portugueses. Foi uma das expedições de corsários liderada
por Nicolas
Durand de Villegaignon, em
1555, que estabeleceu uma colônia que hoje se chama Rio
de Janeiro (a França
Antarctica). A planta foi citada em Flora Brasiliensis por Carl
Friedrich Philipp von Martius.
A resina vermelha era
utilizada pela indústria têxtil
europeia como uma alternativa aos corantes de origem terrosa
e conferia aos tecidos uma cor de qualidade superior. Isto, aliado
ao aproveitamento da madeira vermelha na marcenaria,
criou uma demanda enorme no mercado, o que forçou uma rápida e
devastadora "caça" ao pau-brasil nas matas brasileiras.
Em pouco menos de um século, já não havia mais árvores
suficientes para suprir a demanda, e a atividade econômica foi
deixada de lado, embora espécimens continuassem a ser abatidos
ocasionalmente para a utilização da madeira (até os dias de hoje,
usada na confecção de arcos para violino
e móveis finos).
O fim da caça ao pau-brasil
não livrou a espécie do perigo
de extinção. As
atividades econômicas subsequentes, como o cultivo da
cana-de-açúcar
e do café,
além do crescimento populacional, estiveram aliadas ao desmatamento
da faixa litorânea, o que restringiu drasticamente o habitat
natural desta espécie. Mas sob o comando do Imperador Dom
Pedro II, vastas áreas de
Mata
Atlântica, principalmente
no estado do Rio de Janeiro, foram recuperadas, e iniciou-se uma
certa conscientização preservacionista que freou o desmatamento.
Entretanto, já se considerava o pau-brasil como uma árvore
praticamente extinta.
No século
XX, a sociedade brasileira
descobriu o pau-brasil como um símbolo do país em perigo de
extinção, e algumas iniciativas foram feitas no sentido de
reproduzir a planta a partir de sementes e utilizá-la em projetos
de recuperação florestal, com algum sucesso. Atualmente, o
pau-brasil tornou-se uma árvore popularmente usada como ornamental.
Se seu habitat natural será devastado por completo no futuro, não
se sabe, mas a sobrevivência da espécie parece assegurada nos
jardins das casas e canteiros urbanos.
A madeira do pau-brasil pode
ser, talvez, a mais valiosa do mundo atualmente; é considerada
incorruptível, por não apodrecer e não ser atacada por insetos.
Seu uso, dadas a escassez e a proteção, restringe-se ao fabrico de
arcos de violinos, canetas e joias.
* Extinção:
1. . ou efeito de
extinguir ou extinguir-se.
- Extermínio.
- Destruição.
* Vulnerável:
1. Que se pode vulnerar.
- Diz-se do lado fraco de uma questão ou do ponto por onde alguém pode ser ferido ou atacado.
* Desmatamento:
1- Derrubar muitas árvores de mata ou floresta.
ATIVIDADES
1- Procure no dicionário o significado de outras
palavras que você não conhece.
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